segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Felipe Camarão e Rossini Corrêa são eleitos para o IHGM



São Luís – No dia 26 de outubro, em Assembleia Geral, em segunda convocação, às 18:30, na sede do Instituto histórico e Geográfico do Maranhão(IHGM), foram eleitos para integrarem os quadros desta instituição, o professor, advogado, jurista e pesquisador maranhense, radicado em Brasília, Rossini Correa, como Sócio Correspondente  e o advogado e Secretário de Educação do Estado do Maranhão, Felipe Camarão, como Sócio Efetivo, para ocupar a cadeira de n.º 13, Patroneada por Raimundo José de Souza Gayoso.

A indicação do advogado, professor e Secretário Felipe Camarão foi feita pelo membro efetivo e promotor de justiça, Dr. Ronald Pereira que após a aprovação pela Comissão especifica, designada pelo presidente para analisar e emitir parecer, obteve aprovação pela plenária da Assembleia Geral. O jurista e escritor, Rossini Correa, teve a indicação do sócio efetivo e membro do Conselho Fiscal do IHGM, Dr. João Batista Ericeira, que foi submetida ao mesmo tramite até a aprovação final em Assembleia.

Biografias e Currículos dos novos membros

Felipe Camarão

Carioca, nascido no Rio de Janeiro a 31 de dezembro de 1981, filho dos médicos Louis Phillip Moses Camarão e Rita Costa Camarão; neto paterno de Felipe Reis Camarão e Jean Moses Camarão; materno de Bráulio Costa e Tereza Costa, Felipe Costa Camarão, formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, “cidadão maranhense”, aceita e aprovada pela maioria absoluta dos pares da Assembléia Legislativa do Maranhão.

Mestre em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Procurador Federal. Professor Assistente do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão - UFMA e do Curso de Direito da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco. É autor de vários artigos acadêmicos na área do Direito em revista especializadas e colaborador em inúmeras coletâneas.

Assim que foi informado da aprovação do seu nome como membro efetivo do IHGM, externou Camarão nas redes sociais: “Acabo de receber notícia q meu nome foi aprovado p/unanimidade em Assembleia Geral Ordinária do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”. [...] Com orgulho, irei ingressar nos quadros do IHGM para ocupar a cadeira de n. 13, patroneada por Raimundo José de Souza Gayoso.”

Gayoso: patrono da cadeira de N.º 13

Nasceu em Buenos Aires na Argentina em 1747, filho de JOÃO HENRIQUE DE SOUZA e MICAELA JERÔNIMO GAYOSO.  Estudou na França e na Inglaterra onde se formou na área financeira. Raimundo José residiu no Maranhão em Cachoeira Grande.  Seu pai João Henrique de Souza foi tesoureiro do erário Português onde foi acusado de desvios de verbas e foi degredado para o Maranhão por 5 anos.  Ao conseguir comprovar sua inocência, o Príncipe Dom José o nomeou Tenente-Coronel do Regimento de Milícias de Caxias. No Maranhão casou-se com Anna Rita de Souza Gayoso das famílias Gomes de Souza e Vieira da Silva. Deixou várias obras como “Compêndio histórico-político dos princípios da lavoura do Maranhão”.  Obra publicada por sua esposa Dona Ana Rita em 1818 e dedicada a Dom José e “Memória histórico-apologética da conduta do Bacharel Antônio Leitão Bandeira”, publicada em 1785. (LABIDI, 2012)

Rossini Corrêa

Nascido em São Luís do Maranhão, em 8 de setembro de 1955, JOSÉ ROSSINI CAMPOS DO COUTO CORRÊA é advogado, formado pela Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP. Possui Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Direito, além de mais de 20 Doutoramentos Honorários. É também Bacharel, Mestre e Doutor em Ciências Sociais; Mestre, Doutor e Pós-Doutor em Ciências da Religião; Doutor e Pós-Doutor em Teologia e em Política Internacional e Comparada.

Pertence à Academia Brasiliense de Letras-ABL; à Academia Brasileira de Teologia-ABT; à Academia de Ciências, Letras e Artes de Minas Gerais-ACLA; à Academia de Letras Machado de Assis-ALMA; à Sereníssima Academia Agostiniana-SAA; e à Associação Nacional de Escritores-ANE. Rossini Corrêa é Cidadão Honorário de Brasília, com mais de 35 livros publicados, dentre os quais se destacam: Saber Direito-Tratado de Filosofia Jurídica; Jusfilosofia de Deus; Crítica da Razão Legal; Bacharel, Bacharéis: Graça Aranha, discípulo de Tobias e companheiro de Nabuco; Teoria da Justiça no Antigo Testamento; José Américo, o Jurista; Política Externa Independente: contribuição critica à história da diplomacia nacional; O Liberalismo no Brasil: José Américo em perspectiva; Brasil Essencial: para conhecer o país em cinco minutos; O Bloco Bolivariano, a Globalização da Solidariedade: bases para um contrato social universalista, Formação Social do maranhão: o presente de uma arqueologia, entre outros.



domingo, 30 de outubro de 2016

Peças de navio negreiro que vinha para São Luís em 1794 são expostas em Museu nos E.U.A.



Por João Fellet (BBC/BR)


O Brasil recebeu a maioria dos africanos escravizados enviados às Américas. Uma sala com peças de um navio que levava para o Brasil 500 mulheres, crianças e homens escravizados é a principal atração do novo museu sobre a história dos americanos negros, em Washington.

Numa segunda-feira de outubro, era preciso passar 15 minutos na fila para entrar na sala com objetos do São José - Paquete de África, no subsolo do Museu de História e Cultura Afroamericana.

Por que as gigantes da tecnologia estão investindo em energia solar e eólica?
Inaugurado em setembro pelo Smithsonian Institution, o museu custou o equivalente a R$ 1,7 bilhão se tornou o mais concorrido da capital americana: os ingressos estão esgotados até março de 2017.

Em 1794, o São José deixou a Ilha de Moçambique, no leste africano, carregado de pessoas que seriam vendidas como escravas em São Luís do Maranhão. A embarcação portuguesa naufragou na costa da África do Sul, e 223 cativos morreram.

Visitantes - em sua maioria negros americanos - caminhavam em silêncio pela sala que simula o porão de um navio negreiro, entre lastros de ferro do São José e algemas usadas em outras embarcações (um dos pares, com circunferência menor, era destinado a mulheres ou crianças).

"Tivemos 12 negros que se afogaram voluntariamente e outros que jejuaram até a morte, porque acreditam que quando morrem retornam a seu país e a seus amigos", diz o capitão de outro navio, em relato afixado na parede.

Prova de existência

Expor peças de um navio negreiro era uma obsessão do diretor do museu, Lonnie Bunch. Em entrevista ao The Washington Post, ele disse ter rodado o mundo atrás dos objetos, "a única prova tangível de que essas pessoas realmente existiram".

Destroços do São José foram descobertos em 1980, mas só entre 2010 e 2011 pesquisadores localizaram em Lisboa documentos que permitiram identificá-lo. Um acordo entre arqueólogos marinhos sul-africanos e o Smithsonian selou a vinda das peças para Washington.

Inaugurado em setembro, o Museu de História e Cultura Afroamericana custou US$ 1,7 bilhão. Que o destino do São José fosse o Brasil não era coincidência, diz Luiz Felipe de Alencastro, professor emérito da Universidade de Paris Sorbonne e um dos maiores especialistas na história da escravidão transatlântica.

Ele afirma à BBC Brasil que fomos o paradeiro de 43% dos africanos escravizados enviados às Américas, enquanto os Estados Unidos acolheram apenas 0,5%.
Segundo um estudo da Universidade de Emory (EUA), ao longo da escravidão ingressaram nos portos brasileiros 4,8 milhões de africanos, a maior marca entre todos os países do hemisfério.

Esse contingente, oito vezes maior que o número de portugueses que entraram no Brasil até 1850, faz com que Alencastro costume dizer que o Brasil "não é um país de colonização europeia, mas africana e europeia".

O fluxo de africanos também explica porque o Brasil é o país com mais afrodescendentes fora da África (segundo o IBGE, 53% dos brasileiros se consideram pretos ou pardos).
Por que, então, o Brasil não tem museus ou monumentos sobre a escravidão comparáveis ao novo museu afroamericano de Washington?

Apartheid e pilhagem da África

Para Alencastro, é preciso considerar as diferenças nas formas como Brasil e EUA lidaram com a escravidão e seus desdobramentos.

Ele diz que, nos EUA, houve uma maior exploração de negros nascidos no país, o que acabaria resultando numa "forma radical de racismo legal, de apartheid".
Museu virou um dos mais concorridos da capital americana e está com os ingressos esgotados até março. Até a década de 1960, em partes do EUA, vigoravam leis que segregavam negros e brancos em espaços públicos, ônibus, banheiros e restaurantes. Até 1967, casamentos inter-raciais eram ilegais em alguns Estados americanos.

No Brasil, Alencastro diz que a escravidão "se concentrou muito mais na exploração dos africanos e na pilhagem da África", embora os brasileiros evitem assumir responsabilidade por esses processos.

Ele afirma que muitos no país culpam os portugueses pela escravidão, mas que brasileiros tiveram um papel central na expansão do tráfico de escravos no Atlântico.
Alencastro conta que o reino do Congo, no oeste da África, foi derrubado em 1665 em batalha ordenada pelo governo da então capitania da Paraíba.

"O pelotão de frente das tropas era formado por mulatos pernambucanos que foram barbarizar na África e derrubar um reino independente", ele diz.

Vizinha ao Congo, Angola também foi invadida por milicianos do Brasil e passou vários anos sob o domínio de brasileiros, que a tornaram o principal ponto de partida de escravos destinados ao país. "Essas histórias são muito ocultadas e não aparecem no Brasil", ele afirma.

Reparações históricas

Para a brasileira Ana Lucia Araújo, professora da Howard University, em Washington, "o Brasil ainda está muito atrás dos EUA" na forma como trata a história da escravidão.
"Aqui (nos EUA) se reconhece que o dinheiro feito nas costas dos escravos ajudou a construir o país, enquanto, no Brasil, há uma negação disso", ela diz.
Autora de vários estudos sobre a escravidão nas Américas, Araújo afirma que até a ditadura (1964-1985) era forte no Brasil a "ideologia da democracia racial", segundo a qual brancos e negros conviviam harmonicamente no país.

São recentes no Brasil políticas para atenuar os efeitos da escravidão, como cotas para negros em universidades públicas e a demarcação de territórios quilombolas. Expor peças de um navio negreiro era uma obsessão do diretor do museu. Ela diz que ainda poucos museus no Brasil abordam a escravidão, "e, quando o fazem, se referem à população afrobrasileira de maneira negativa, inferiorizante".

Segundo a professora, um dos poucos espaços a celebrar a cultura e a história afrobrasileira é o Museu Afro Brasil, em São Paulo, mas a instituição deve sua existência principalmente à iniciativa pessoal de seu fundador, o artista plástico Emanoel Araújo.
E só nos últimos anos o Rio de Janeiro passou a discutir o que fazer com o Cais do Valongo, maior porto receptor de escravos do mundo. Mantido por voluntários por vários anos, o local se tornou neste ano candidato ao posto de Patrimônio da Humanidade na Unesco.

Para a professora, museus e monumentos sobre a escravidão "não melhoram as vidas das pessoas, mas promovem um tipo de reparação simbólica ao fazer com que a história dessas populações seja reconhecida no espaço público".

Visibilidade e representação

Para o jornalista e pesquisador moçambicano Rogério Ba-Senga, a escravidão e outros pontos da história entre Brasil a África têm pouca visibilidade no país, porque "no Brasil os brancos ainda têm o monopólio da representação social dos negros".

"Há muitos negros pensando e pesquisando a cultura negra no Brasil, mas o centro decisório ainda é branco", diz Ba-Senga, que mora em São Paulo desde 2003.

Para ele, o cenário mudará quando negros forem mais numerosos na mídia brasileira -"para que ponham esses assuntos em pauta" - e nos órgãos públicos.

Para Alencastro, mesmo que o Estado brasileiro evite tratar da escravidão, o tema virá à tona por iniciativa de outros grupos.

"Nações africanas que foram pilhadas se tornaram independentes. Há nesses países
pessoas estudando o tema e uma imigração potencialmente crescente de africanos para o Brasil", ele diz.

Em outra frente, o professor afirma que movimentos brasileiros em periferias e grupos quilombolas pressionam para que os assuntos ganhem espaço.


"Há hoje uma desconexão entre a academia e o debate no movimento popular, mas logo, logo tudo vai se juntar, até porque a maioria da população brasileira é afrodescentente. Os negros são maioria aqui."


Membro do IHGM é eleito para a Academia Nacional de Medicina


Adaptado do Blog do Diego Emir


Pela primeira vez a Academia Nacional de Medicina terá entre seus membros um maranhense formado pela Faculdade de Medicina da UFMA e com residência fixa no Maranhão. O sócio efetivo do IHGM, Natalino Salgado Filho foi eleito na noite desta quinta-feira (27), o ocupante da cadeira nº 19 da ANM. Ele sucede Clementino Fraga que faleceu em maio deste ano e tem como patrono o ex-vice-presidente da República, Manoel Vitorino Pereira.

A escolha pelo nome de Natalino Salgado é um justo reconhecimento ao grande trabalho desempenhado pelo médico no exercício da sua profissão. Ele já foi diretor do Hospital Universitário Presidente Dutra, reitor da Universidade Federal do Maranhão e tem centenas de trabalhos publicados nos mais importantes periódicos da medicina em todo o mundo.

Antes de ser eleito, Natalino teve que apresentar seu curriculum vitae e uma tese inédita. O ex-reitor da UFMA ainda passou por uma criteriosa sabatina.

Especialista em nefrologia, Natalino Salgado é referência na sua área. Porém ele vem se destacando em outra atuação, o médico também já é membro da Academia Maranhense de Letras e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.

Mais uma vez Natalino Salgado Filho é imortalizado e agora é membro da mais antiga e prestigiada entidade da medicina. A ANM tem 187 anos e reúne a elite dos grandes médicos e cientistas da medicina do Brasil.